...:Violently happy:...
Qualquer pessoa que me conheça minimamente bem, sabe de minha paixão por Nelson Rodrigues. Hoje eu fui comprar umas roupinhas no shopping e me deparo com a
TNG toda Rodrigueana! COMASSIM?!?!?!
Eu já tinha visto algumas coisinhas da nova coleção, mas havia resistido. Desta vez, o coração falou mais alto. Comprei uma camiseta lindíssima com frases do Nelson, e um carimbo vermelho gigante escrito "censura". Mass o que eu mais gostei mesmo foram as etiquetas e sacolas com frases do nosso Anjo Pornográfico. Olhem só!
Etiqueta...
Sacola...
Eu, que já adorava as roupas da TNG, que comemorei horrores quando eles decidiram fazer moda feminina, agora virei FÃZOCA!
Falar sobre as pequenas coisas que fazem um dia ser bom, eu sei, é clichê. Todo mundo fala disso, que temos de valorizar as pequenas coisas, que a beleza está nos detalhes, blah blah blah. Mas não posso deixar passar em branco o quanto uma noite movida a gargalhadas faz bem pra pele, pra alma, pro corpo, pro coração.
Uma ligação no celular, que vem pra te contar segredos, do tipo "ahhhhh eu TINHA que dividir isso com você!".
Um "vamos jantar fora!" que você não precisa nem responder e nem perguntar "onde?", porque é claro que vai ser naquela pizzaria que você conhece melhor que sua própria casa, que é sempre agradável e divertida.
E aí já na pizzaria, um "vamos ligar pro fulaninho" só para poder brincar de ser lasciva e falar bobagem com a voz sensualaça, entre soluços de tanto segurar o riso, pra no final tudo acabar com um "vocês duas são umas filhas da puta!" e mais gargalhadas, "beijo, estávamos com saudade" "vocês estão no Livorno? Eu também estou no Livorno!"
Aiiiiiiiii como é bom ter amigas, como é bom ter amigos. Fazia tempo que eu não valorizava tanto isso.
Ih, tem gente confundindo o nome desse blog. É Pássara, gente. A fêmea do Pássaro. ;o)
Não é Passará, embora seja um belo nome e que se adapta bem ao que estou vivendo agora. Nem Passara. Nossa, os verbos em português são tão versáteis!
Agora, o por quê de Pássara? É por causa da música do
Chico e do Francis Hime, que está aí do lado direito. Pouca gente conhece, porque foi feita para a peça GENI, de 1980, e se não me engano, nunca foi gravada. Eu adoro o Chico, acho que ele é, de nossos compositores contemporâneos, o maior. Tanto pelos números de sua obra, são centenas de canções, a maioria espetaculares. Ele traduz como poucos os mistérios da alma feminina, compõe letras de protesto fortíssimas, é dono de uma ironia fina, além de seus belos olhos azuis, claro.
Acho que conheci Chico quando nasci, quando decidiram que meu nome deveria ser Ligia Helena. Tinha dedo do
Chico na Ligia, e uma mãozona inteira na Helena. Dedo na
Ligia porque a música "
Ligia", na qual meu nome foi inspirado, não é do Chico, tem apenas uns toques sutis. Ele não assina a letra, que é do
Tom Jobim, mas tem lá o dedinho dele. E Helena, por causa das
Mulheres de Atenas, estas sim crias do Sr. Buarque.
Agora, a primeira música do
Chico que eu cantei, acredito que tenha sido
Cálice, que é do
Gil também. Com pais que viveram de perto a ditadura (não digo que viveram na pele porque eles não chegaram a ser torturados, mas...), claro que Cálice era um hino em casa. E desde criança éramos estimulados, meus irmãos e eu, a entender o duplo sentido do "
cálice de vinho tinto de sangue".
Acho que cantei
Cálice antes mesmo de cantar "
Bicharia", música pertencente a um dos meus discos prediletos até hoje, Os Saltimbancos. E por favor, não me venham falar de Os Saltimbancos Trapalhões, porque eu não engulo, Os Saltimbancos para mim são aqueles do
LP coloridão que eu tinha em casa.
O Chico Buarque sempre foi muito próximo para mim, sempre achei ele a cara do meu tio Val, sempre foi de casa, sempre foi cantarolado, trato-o sem nenhuma deferência. Se um dia encontrá-lo na rua, depois de passada a falta de ar, e depois de chorar um pouquinho, que ninguém é de ferro, acho que eu iria dar um tapinha em seu ombro e dizer: " E aí Chicão?! Não cumprimenta mais os amigos?!"
Hahaha que viagem. Chico, luv u.
Não sei se é a chuva, se é o friozinho, ou se é meu estado emocional mesmo, mas estou tão melancólica agora... queria uma amiga que morasse na casa ao lado, para ouvir meus lamentos. Débora, viada, porque você mora na Lapa e dorme cedo, hein?
SEXUAL REVOLUTION!
Quem já assistiu o mais recente filme-besteirol do ano, "Tudo Para Ficar Com Ele", provavelmente viveu uma destas situações:
1 - Quis ser a
Cameron Diaz
2 - Quis ter a
Cameron Diaz
Eu quis ser a Cameron. Eu sei que é um objetivo inalcançável. O mais perto que eu consegui chegar foi comprando o CD da
Macy Gray, colocando na faixa 3 e balançando minha bunda, como a Cameron faz na primeira sequência do filme.
É uma delícia. O CD todo da Macy é fantástico, ela tem uma voz muito peculiar, que lembra um pouco a Elza Soares. Fantástico para balançar a bunda sozinha, entre amigas ou bem acompanhada por uma pessoa só, se é que vocês me entendem. Agora com licença que eu vou lá ao lado balançar com meus cachorrinhos.
everybody shake it
time to be free amongst yourselves
your mama told you to be discreet
and keep your freak to yourself
but your mama lied to you all this time
she knows as well as you and I
you've got to express what is taboo in you
and share your freak with the rest of us
cause it's a beautiful thang
this is my sexual revolution
Estão vendo esta foto, no alto da página? Então. Fui eu quem fotografei. É o entardecer no Saco de São Francisco, em Niterói. Lindo, não? Eu fotografo há dois anos, desde que entrei na Faculdade de Comunicação Social e tive minhas primeiras aulas de fotografia. Apaixonei-me de tal maneira que hoje em dia vejo o mundo com olhos de câmera fotográfica. Pensando se a luz é boa ou não é boa, fotometrando o ambiente, focando e desfocando as pessoas com o olhar, encontrando pontos de vista de onde elas pareçam bonitas. Não consigo mais achar nada totalmente feio. Fico procurando o ângulo que vá me mostrar a imagem que eu quero. Não consigo mais achar as pessoas feias. Sempre há algo ainda não visto, que é belo, que é agradável ao olhar.
Não gosto de fotografar coisas desagradáveis. Não seria uma boa fotojornalista. Eu busco o que seduz os olhos, não o que instiga o cérebro, ou que embrulha o estômago. Adoro quando fotografo alguém e este alguém me diz "Nunca fiquei tão bonito em uma foto!". É que eu esperei o melhor sorriso, posicionei-me no melhor lado, destaquei o que de mais bonito consegui encontrar.
Claro que às vezes eu falho. Às vezes o sorriso desarmou-se na hora do clique. Mas é isto que me faz continuar fotografando. Às vezes uma cena (porque na minha vida tudo é cena) me faz lembrar uma música, e eu fotografo. Na hora em que a foto aparece, não é mais aquela música que a foto faz lembrar, mas outra. Alguma coisa aconteceu entre a lente e a cena, ou entre o visor e meu coração, que eu não sei explicar, mas que, para mim, só pode ser traduzida como a magia da fotografia.
Eu nunca comemorei meu aniversário como eu gostaria. Verdade. Meu aniversário é nas férias de julho. Isso quer dizer: se tem festa, metade dos convidados não comparece. Festa surpresa? Nunca! Parabéns dos amigos na escola? Nem pensar. Meus aniversários sempre foram vazios, muitas vezes sem telefonemas dos amigos nem nada. Certa vez resolvi reunir algumas pessoas em um bar, para dançarmos, bebermos, enfim, celebrarmos meu aniversário. Quem foi? Eu. Mais ninguém. Também, quem mandou fazer aniversário no dia mais frio daquele ano? Com 3º nas ruas, apenas eu, linda, toda arrumada para ver meus amigos, compareci. Mais ninguém.
Se eu sou infeliz por causa disso? Não, não sou. Pelo menos não pareço ser. Maldita mania de esconder os sentimentos. E é por isso que resolvi deixar registrado aqui, em palavras, algumas pequenas frustrações. Eu não sou infeliz por causa delas. Sou frustrada. Sou frustrada por não receber o tanto de palavras carinhosas que eu receberia se meu aniversário fosse em setembro. Sou frustrada por uma porção de outras coisas também, mas isso eu deixo para outro dia.